
Tento serenar, mas as imagens que percorrem o meu pensamento não o permitem…
São vidas derramadas pelo chão, pessoas amputadas de futuro e olhares vazios de onde já não brota nada.
A fuga sem plano é feita apenas com o instinto de sobrevivência, num abismo de emoções, rumo a uma qualquer geografia onde haja paz e possibilidade de recomeçar. Os gritos são silenciosos e detonam para dentro da própria alma.
Crianças inocentes brincam alegremente num qualquer abrigo de refugiados de guerra, emprestando alguma alegria e normalidade, e comovendo…
Não me conformo com estas atrocidades, cometidas por ambições estreitas, mas sinto-me esmagada pelo peso dos obstáculos e por esta dor, mas vou ligar o meu fio de esperança ao de tantos outros, gerando um ponto de luz que permita relançar a vida.
Não sabemos para onde caminhamos, neste mundo incerto e intrincado de problemas que nos deixa a sensação de desamparo, onde os sonhos não habitam.
Mas nestes dias em que a vida já nos assoma embaciada, é preciso dar espaço àquela brecha por onde pode entrar um raio de sol, que faça derreter o gelo de corações empedernidos. E a partir dessa pequena porção de energia, conseguiremos ver tudo mais claro e encontrar o norte.
(Manuela Resendes)

De duas, uma: ou os seus desejos de esperança se concretizam, ou então, fácil é concluir que o Homem é um animal em vias de extinção …
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Tenho Fé…
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