A aldeia de Monsanto, alcandorada num cabeço, com vista para as serras da Estrela e da Gardunha, detém, juntamente com as suas gentes de trato agradável e muito hospitaleiras, um encanto singular, tendo-lhe sido atribuídos os títulos de Aldeia mais Portuguesa de Portugal em 1938 e de Aldeia Histórica em 1995.
A aldeia vive muito do turismo, com inúmeras lojas de artesanato e de venda de produtos regionais como queijos, licores e compotas.
Estabeleci contacto com várias pessoas idosas, e notei que estas onde não sentem tanto o isolamento como em outras aldeias que visitei. Falei com a D. Fátima, que vive das fruta e legumes que vende na rua, queixando-se que cada vez leva menos dinheiro para casa e vive com muitas dificuldades financeiras. Apesar de viver só não sente a solidão, pois durante o dia vai conversando com os clientes e “quando chega a casa quer é descansar”.
Em conversa com a D. Maria Irene, senhora de grande beleza e simpatia, apesar das suas 80 primaveras, diz que vive só, mas conta sempre com familiares e amigos, para além dos filhos e netos que são visitas regulares e todos os dias lhe telefonam, pelo que diz que “não lhe falta nada”. Referiu-me, ainda, que os vizinhos dizem que é “a alegria da rua”,talvez porque todos os espaços são preenchidos por flores que trata com o mesmo carinho com que fala da vida…
Afinal também existem histórias felizes por estas paragens!