Horizonte…

Abro a janela do tempo e avisto o horizonte, que surge na minha retina como um enigma opaco. Em manhãs claras, descortino ilusões desenhadas nos recortes das sombras e invento pontes para a realidade, em tardes de céu ao rubro.

Perscruto a coreografia da dança das nuvens, carreadas pelo vento a uma distância imprecisa em harmoniosos movimentos num espetáculo irrepetível.

É nesta visão da liberdade que os sonhos vão faiscando, e através da sensibilidade do olhar o poema se escreve.

As velas brancas agitam-se ao vento, onde incide uma luz que tudo reveste, feita de estrelas cintilantes e de uma lua como um espelho.

Ganho assim asas de Condor que me permitem ir mais além, derrubando muros e desvendando mistérios manifestos.

Vou assim seguindo o fio da vida até ao infinito, porque o horizonte norteia mas nunca se deixa alcançar.

(Manuela Resendes)

Liberdade…

Soltem os ventos de liberdade

Gritem as palavras silenciadas

Soltem as virtudes da humanidade

Dando voz às minorias negligenciadas

Soltem quem rompe madrugadas puras

Abrindo asas para o voo da esperança

Soltem quem acredita no fim das agruras

Fazendo dos recomeços a mudança

Soltem quem não abre mão da honestidade

Sabendo que da espera se faz tempo

Soltem os que nunca perdem a dignidade

Mesmo que tenham de dormir ao relento

Soltem todos os prisioneiros

Destes invisíveis cativeiros!

(Manuela Resendes)

“Entre o sono e o sonho”

Fui desafiada pela Chiado Editora para contribuir com um poema da minha autoria para o livro “Entre o sono e o sonho”.

O meu poema reuniu os critérios para ser incluído no referido livro, não podendo deixar de fazer um agradecimento à Chiado Editora por mais esta oportunidade de dar a conhecer a um publico mais vasto um pouco da minha escrita. Não posso também deixar de agradecer a todos aqueles que seguem o meu blogue e que todos os dias me incentivam a prosseguir nesta caminhada.

O meu muito obrigada!!!

(Manuela Resendes)

Novo Mundo…

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Momentos, agora sem hora

Os desafios são constantes

Novos medos a cada aurora

Fragilidades emergem em instantes

 

Mágoas que se consentem

Luzes, subitamente se apagam

Memórias que nos afagam

Nos afetos que se pressentem

 

A vida é como pó ao vento

O tempo alado, corre atento

Ao mundo em transmutação

 

Num limbo desconhecido

Rumo ao horizonte colorido

Acendem-se tochas de Esperança!

(Manuela Resendes)

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Amanhecer…

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Desponta a alvorada

Tudo volta a renascer

O tempo some, a escorrer

Vida feita de quase nada

Num movimento ondulante

Dança sem melodia

Palavras sem poesia

Um rodopio constante

 

Esfumam-se assim os dias

Não há espaço a sortilégios

Importam é os privilégios

Fraca força  de Golias

 

 

Não olhamos os campos floridos

Não festejamos noites de luar

Devaneios de tempos idos

Ou de um futuro a escassear

Tudo se reveste agora, de ternura

E já tudo podemos ser

Sem deixar nada por dizer

Eternidade, que não dura!

(Manuela Resendes)

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Sentir…

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SENTIR

Sou o que nunca fui

Porque me transformei

Do conhecimento que flui

De tudo o que já amei

A vida faz sentido

Ainda antes de nascer

Se o sonho for vivido

Antes da realidade acontecer

Ver o brilho de cada fase

Com inteligência e sabedoria

Que o sentimento transvase

Em noites de serena euforia

O importante é ter um rumo

Onde acomodar as expetativas

Com esperança,  luz e prumo

Fugir a entediantes rotinas

Para viver, coragem é  preciso

Atalhos, por vezes são o caminho

Fazem parte, o riso e o siso

Mas deve ser feito com carinho

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Manuela Resendes