A luz do sol entra de mansinho pela minha janela, prenúncio de dias plenos de esperança.
Vejo os campos floridos com as cores do arco-íris, lembrando telas pintadas pelo imaginário de um artista.
As noites surgem claras e povoadas de estrelas cintilantes, ocupando o vazio, que em vez de solidão é apenas infinito.
Saboreiam-se os fins de tarde, vendo em cada pôr do sol a promessa de auroras de luz, afastando o medo da esterilidade dos afetos, das guerras sem glória, das lutas sem causa e da morte.
Como as flores que desabrocham, libertando todo o seu aroma, há novamente espaço para os sonhos serem sonhos, na certeza de que os ventos que sopram suaves os irão transportar para onde possam ser realidade.
O tempo, imparável, vai deixando também as suas marcas, expondo fragilidades, lados sombrios e vulnerabilidades, resultantes de travessias dolorosas, lutas perdidas e sonhos desfeitos, mas é também ele o escultor da sabedoria, que nos permite partir de uma réstia de esperança, e catapultar-nos para a singular alegria de reconhecer a imensidão de escolhas, que encerra em si, um dia de maio!
(Manuela Resendes)