Neste momento de maior confinamento o tempo transcende qualquer medida, e perdemo-nos na sua contagem…
Tal como a pandemia, o tempo corre de forma avassaladora, deixando para trás datas festivas, recordações marcantes e desprezando agendas, deixando apenas o rasto da sua passagem.
O quotidiano que conhecíamos desdobra-se em novidades, aprendemos novas formas de trabalhar e conviver, assim como a encontrar frescura na monotonia.
Os dias esfumam-se nesta passagem sem promessa nem intenção, onde nos sentimos fechados em portas abstratas, que se abrem para um futuro que devolve o eco da incerteza e do medo.
Mas este tempo de transitoriedade pode ser o momento de construir pontes solidárias, de dar a mão sem acorrentar e de abraçar causas sem calendário.
É todo um Mundo Novo que temos de interiorizar, descobrir os seus segredos e perceber as virtudes que dele podemos acolher.
Sonhos que se confundem com realidade e noites que parecem dia podem constituir oportunidade de nos desvendarmos, num tempo que brota sem data tocando desde logo a eternidade!
(Manuela Resendes)