Ainda não entrámos no mês de Dezembro e a euforia do Natal há muito começou…
Apressam-se as decorações Natalícias, acendem-se as luzes cheias de cor, ouvem-se as músicas alusivas, não com o intuito de despoletar nas pessoas sentimentos de generosidade, solidariedade, respeito e empatia pelos mais desfavorecidos e vulneráveis. Tudo se faz para apelar ao consumo desenfreado que atordoa a mente, fazendo esquecer o mais importante, provocando uma alienação que se vai alastrando e simultaneamente “matando”o verdadeiro sentido do Natal.
Somando a tudo isto, razões do fórum mais pessoal fazem crescer em mim, a cada ano que passa uma época de Natal, sentimentos de angústia, preocupação e nostalgia, ao invés de alegria, por me sentir impotente perante a velocidade vertiginosa com que tudo é vivido e consumido, não dando espaço a uma reflexão e valorização do outro.
Quem se preocupa, afinal, com aqueles que não têm uma ceia de Natal ou que não têm com quem a partilhar?
Quem pensa nas crianças, que não têm condições dignas para um crescimento saudável, muito menos um brinquedo novo para fazer as suas delícias em noite especial?
Quem se lembra dos idosos que acalentam a esperança de uma visita dos que lhes são mais queridos, mas que é sempre adiada?
Quem dedica algum do seu tempo para estar com aqueles que por razões de saúde não podem passar o Natal no conforto dos seus lares?
Cada vez mais o Natal está cheio de coisas e vazio de sentido, sendo vividos, de fora para dentro e não do nosso íntimo para fora.
Gostava de voltar ao Natal da minha infância, simples e genuíno, em que o espírito Natalício transbordava em cada gesto, em cada presente, em cada sentimento vivido ou partilhado e assim fazia todo o sentido… Para mim!!!
Proteja, assim, a sua saúde e a dos seus.