Ouço a batida da chuva lá fora
O rodopio do vento a dançar
ondas que da praia vão embora
Embalam a criança, a chorar
Um sorriso, ilumina a noite
Num inverno sem tormento
O mar se ergue afoito
Lava de espuma, sem lamento
Nos céus uma fúria incontida
Nuvens negras, descem os montes
Mensagem à muito pressentida
Na luz que rasga os horizontes
Sinto agora melancolia
Tocam os sinos da madrugada
No silêncio desta calmaria
Surge uma nova alvorada
Hoje, não sou noite nem sou dia
Quero apenas ser poesia!
(Manuela Resendes)