Olho a minha janela e o sol desponta de entre as nuvens, tímido, mas sereno, iluminando as gotas de orvalho pousadas em flores adormecidas, que hoje germinam.
Sinto-me invadida por uma alegria inocente, tocada ao de leve por uma brisa de liberdade, atordoada pelo cheiro a terra molhada e a aromas de saudade.
Vejo o arco-íris, e através da sua paleta de cores ouço poesia e, através de um novo olhar, vislumbro mistérios ainda por decifrar, permitindo sentir as mudanças subtis que todos os dias acontecem.
Olho o azul do mar, onde o céu e a terra se unem, toco na areia molhada com reflexos de luz, num cenário que convida à contemplação, com a certeza de que como o sol tem o seu poente sempre existirá amparo para as madrugadas de insónias.
E quando o sol se esconde, leva as minhas lembranças e ao som de orquestras improvisadas vou dançar com a lua e com as estrelas, até do sonho despertar!
(Manuela Resendes)