Nunca tivemos ao nosso dispor tanta tecnologia, tanta máquina, tanta ajuda para o desempenho de tarefas repetitivas e rotineiras. Contudo, nunca o tempo foi tão escasso para estarmos, sentirmos e usufruirmos…
Este é o paradoxo da sociedade moderna, em que se o conhecimento evolui de forma vertiginosa se perde a sabedoria. Por outro lado, nunca a comunicação foi tão fácil com quem está longe e tão precária com os que estão ao nosso lado, carente de afetos e feita de olhares distantes.
Fomos submergidos pela tecnologia, que em vez de nos libertar, nos aprisiona… somos reféns de um quotidiano de compromissos, sempre conectados com o mundo, mas trilhando caminhos solitários, despojados de poesia, de recato, de silêncio…
Preferimos o movimento e a velocidade a ter de nos confrontamos com o nosso eu, com o vazio, com a vacuidade dos nossos dias permitindo-nos ver vida à transparência, com as suas imperfeições e fragilidades, mas sempre captando a simplicidade da sua fascinante beleza!
(Manuela Resendes)