Maturidade é para mim a capacidade de ver a vida com uma inocência infantil, mas acrescida da sabedoria e aceitação que as nossas memórias e experiências nos aportaram.

É não deixar que o coração endureça, deixando-nos indiferentes perante os males do mundo.

É saber rir de nós próprios, mas também deixar que suaves lágrimas brotem perante uma tristeza legítima.

É não perder o alento quando confrontados com as desafinações da vida, procurando novos rumos onde a sorte e a oportunidade se possam encontrar.

É saber sair do que nos faz mal, sem mágoa, para o nosso refúgio de paz.

É saber dar o tempero e o aroma à vida, na dose que nos faça sentir confortáveis.

É não temer o silêncio e ouvir a nossa voz interior, pois só assim poderemos viver reconciliados com o nosso passado.

É ousar fazer as nossas escolhas procurando o que nos faz mais felizes, ignorando julgamentos alheios.

É não permitir que as más experiências e os velhos do Restelo nos destruam os sonhos e nos roubem a nossa doce bondade.

É sabermo-nos rodear e valorizar pessoas de bom coração e sensibilidade aguçada, que nos dão aquele abraço que é simultaneamente cura e abrigo.

(Manuela Resendes)