E lá no horizonte, entre o céu e o mar, avisto a ilha, a minha ilha…
Os contornos são perfeitos e transportam-me para os seus recantos, os seus mistérios e as suas histórias.
Vejo as casas desenhadas nos montes, o vento a agitar os ramos e as flores a brotarem das pedras.
Ouço barulhos que me são familiares, e silêncios que são mágicos, pois na ilha habita tudo um pouco daquilo que sou.
Leio o óbvio nas suas superfícies planas, e poemas nunca antes declamados afloram de profundidades insondáveis.
Olho para as figuras esculpidas nas suas rochas, e a perfeição dos traços evoca a passagem inacabada do tempo, eternizando instantes de contemplação.
Sinto o cheiro dos eucaliptos e o barulho das cascatas, manifestações exuberantes da natureza que apela a recomeços.
O mar cobre os meus pés descalços quando a sensação de frio me fez despertar, e então percebi que apesar da ilha ter desaparecido do meu campo de visão continua a ser lugar de encontro e aconchego, onde a vulnerabilidade e a alegria serão sempre acolhidas.
(Manuela Resendes)
Eu não tenho uma Ilha, mas sinto-me… Ilha!
GostarGostar
É bom amar assim a terra que nos viu nascer;
nos viu dar os primeiros passos;
e nos viu amar…assim!
GostarGostar