Em tempo de pandemia tivemos de reinventar a forma de viver a Páscoa, sem cerimónias pascais, sem almoços de família alargada, sem viagens, num convite ao silêncio e introspeção, confiantes que depois do sacrifício possamos renascer mais sábios e solidários.
Estes são tempos difíceis em que, de forma súbita e inesperada, tivemos de alterar a socialização, as rotinas e refazer o nosso quotidiano.
É neste tumulto de emoções, em vagas alternadas de desânimo e esperança, que vamos resistindo, tentando alcançar uma nova panorâmica.
Torna-se inevitável que a dor nos atinja, que o medo nos acometa, que o silêncio nos perturbe.
O “mundo” mudou-se para as casas, que não estão, por agora, ao abrigo da tempestade, sendo sim um reduto de incerteza, onde o medo e a coragem se revezam, onde os dias se sucedem de forma tão igual, onde a janela é o que mais sobressai, quando olhamos a natureza que se nos revela exuberante e cheia de subtilezas.
Mas temos sempre uma reserva de energia, para que no fluxo da vida desponte uma renovada esperança no futuro que começa hoje, permitindo-nos abraçar com sentidas palavras.
Páscoa Feliz
(Manuela Resendes)