O dia cinzento e com pouco brilho empresta um reflexo prateado e uma brisa calma, que me transporta a vagarosas saudades.
Olhei o espelho que me devolveu um olhar doce, repleto de uma colorida esperança.
Espreitei a rua através da janela e senti uma força subtil de recuperar encontros, pequenos gestos e lugares, tentando preencher o tempo que se esvaiu cheio de vazio, compensando a saudade e a espera com abrigo e aconchego.
Ainda não posso dar os abraços que voam até à alma, mas o mesmo sentimento dito por silenciosos sorrisos e olhares que falam em instantes feitos de eternidade.
E afinal os pequenos gestos do quotidiano não são pequenos trilhos, mas sim a ponte para tudo o resto onde a vida se cumpre.
E agora que o futuro se preenche de incógnitas que o saibamos construir de sonhos!
(Manuela Resendes)