
Despertei lentamente, sem pressa, nem sobressalto.
Saí à rua e senti uma brisa outonal a soprar levemente e quis ser vento, sempre tentada pelo voo.
Pareceu-me ser tão livre, vagueando carregado de saber, dominando a cartografia, vivendo desamparada, mas sem medo.
A sua força é capaz de movimentar as ondas e impulsionar a viagem dos navegantes. Muda de direção a qualquer momento, e sem ter asas toca nas nuvens, abrindo brechas e descendo as montanhas a alta velocidade.
Solta as folhas das arvores e as pétalas das flores, para que dancem livremente no chão, e parte impregnado de perfume .
Os ventos podem ser frios e tempestuosos, ou apenas uma brisa que nos afaga, numa carícia consentida e se nos deixarmos levar por ele, conseguimos levitar e soltar as amarras da nossa mente.
Mas esta ladainha do vento, a anunciar o Outono, com as janelas pontilhadas de gotículas de chuva e as nuvens quase a desabar em pranto, emprestaram-me a serenidade de saber que a natureza é feita de promessa.
E o vento com a sua invisibilidade misteriosa continua a ser o milagre que nos resgata, por ser sempre poesia ou prosa!
(Manuela Resendes)

Despertei lentamente, sem pressa, nem sobressalto…Abri a janela do “saudeacores” e senti, através das suas palavras, uma brisa outonal invadir meu imo-peito. E com ela a felicidade…obrigado.
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Obrigada
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