
Gosto de olhar a vida em espelho, em que a realidade aparece refletida de forma crua, sem preconceitos nem arrogâncias, descobrindo o caminho à medida que o vou percorrendo.
Vou-me detendo nos detalhes que me escaparam, e que agora me parecem surgir de uma janela que vaza a luz de uma manhã luminosa. Dou assim espaço para que outras vidas me habitem, com as suas peculiaridades e subtilezas reveladoras de outras sensibilidades e novas emoções.
E em silêncio, num olhar que transcende a visão, vou calando os desapontamentos da alma até ouvir apenas o bater do meu coração, num compasso que marca o tempo.
Aprendo, assim, que se há horas inúteis existem também instantes que marcam toda uma vida, fazendo a alma transbordar de serenidade.
E volto assim ao meu olhar “inocente”.
(Manuela Resendes)

Escrever assim, é fotografar a alma. E fotografar, segundo dizem, é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração.
Obrigado por tão bela prosa e maravilhosa ilustração!
GostarGostar
Obrigada!!!
GostarGostar