
Sinto em mim um estranho cansaço, que nāo sei se é angústia da alma ou os limites do corpo. Há uma ausência de mim, neste viver rodeada de exiguidade.
O meu olhar vai-se esvaziando na exaustão dos dias, nesta busca constante de transcendências, inventando um chão infinito para tocar as distâncias.
Acordo todos os dias, na esperança de boas marés que permitam fazer-me à viagem, na esperança de avistar novos azuis que me devolvam o brilho no olhar.
Esta inquietude, de olhar o Mundo desequilibrado e desequilibrador, num silêncio perturbador que faz um eco fascinado por palavras, tira-me a Paz.
Mas ao abrir todas as cortinas e deixar entrar a luz do Sol, em todas as minhas janelas, afastei a escuridão que me suga a energia e me rouba a alegria dos amanheceres. Começo então a sonhar que o calor que sinto, dos raios solares que me inundam, serão capazes de destruir o ódio, a violência e a injustiça, e volto a ter esperança na Humanidade.
Talvez seja utopia, ou a minha inabilidade para lidar com esperas inúteis…
(Manuela Resendes)

Este teu texto levou-me a recordar “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera. Porque neste teu texto vejo a incoerência das acções do Ser-humano…
Grato. Bj
GostarGostar
Obrigada!!!
GostarGostar