
Ser português é ter um orgulho envergonhado no nosso país, em que apesar de constantemente dizermos que “Portugal nunca vai chegar a lado nenhum” ficamos com os olhos marejados quando ouvimos o hino nacional.
Ser português é não ser organizado, mas sermos os melhores a improvisar, a inventar e desenrascar caminhos alternativos e improváveis.
Ser português é emigrar por necessidade, mas levar com orgulho aos quatro cantos do mundo as nossas tradições, gastronomia e cultura.
Ser português é ter inveja do sucesso alheio, proporcional à sua proximidade, corroborando o ditado de que “santos de casa não fazem milagres”.
Ser português é ser grande e pequeno, o melhor e o pior, numa bipolaridade que nos é tão característica.
Ser português é ser dos europeus mais pobres, mas dos mais solidários.
Ser português é viver num país de grandes desigualdades, mas em que o parecer vale mais do que ser e as dificuldades são disfarçadas pelas aparências.
Ser português é não ser pontual, nem cumprir prazos, porque somos sempre os mais atarefados apesar de sermos dos menos produtivos.
Ser português é ter o melhor do mundo do futebol que nos apaixona, e mesmo assim só gostamos dele a espaços, mas se um estrangeiro o critica não toleramos e logo nos unimos em sua defesa.
Ser português é ser nostálgico, saber o que significa a palavra saudade e ter alma de poeta.
Ser português é ser do mundo, sempre sonhando com Portugal!
(Manuela Resendes)

retrato “à la minuta” de um verdadeiro português, nesta “coutada do macho latino”, dito Portugal.
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