
Todos nós queremos sentirmo-nos imbuídos do espírito natalício…
Procuramos essas sensações no vento e na chuva, no céu e no mar, na música alusiva ao tema que toca sem parar.
Apesar dos silêncios infinitos com sabor a nostalgia, somos levados pela agitação da cidade, pelo reboliço em espaços comerciais e o ruído das crianças com os bolsos carregados de sonhos.
Queremos acreditar que seres alados nos vão trazer a paz que o mundo não carrega, a justiça que tarda em chegar e o antídoto para o sofrimento de tantos inocentes.
Damos agora mais atenção aos pobres e indigentes, como quem quer limpar a consciência, para melhor saborear os belos repastos e consumismos exagerados.
Decoramos a casa a preceito, com luzes coloridas e céus estrelados, para esquecer as trevas de outros dias.
Acendemos a lareira que nos aquece até o coração, e o crepitar da lenha transporta-nos para as emoções da nossa antiga idade, que agora só encontramos nos rostos das crianças.
Fico a pensar em que estrada, em que cidade, em que país, perdi a magia de que se fazia o Natal da minha infância.
Talvez o tempo me venha a saber responder…

(Manuela Resendes)
Sim. Mantem sempre a porta aberta às coisas da fantasia. E sim, talvez o tempo te traga, de volta, os dias e noites de magia….
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