Quanta beleza existe numa folha de Outono…
Olho o chão coberto por um manto de folhas, num colorido matizado de várias tonalidades, e descanso o olhar a contemplar a sua geometria.
Observo a forma como se dispersam com a passagem da brisa fresca, permitindo o voo elegante e a dança harmoniosa ao som da melodia cantada pelo vento.
Fico com esta imagem plasmada na minha retina, causando um latejar de sensações, neste instante que me permite fazer uma visita ao futuro feito de poesia.
Esta beleza melancólica encerra em si um sopro de liberdade, das folhas que se soltam e experimentam o voo solitário nestas tardes mornas, e quase adormecidas, convidando ao sonho entre atalhos de esperança, desnudando de forma subtil os nossos medos e fragilidades no aconchego de um abraço.
(Manuela Resendes)
Quem escreve textos assim, tão belos, tem que ter uma alma muito, muito bela! Parabéns, Amiga…
Em tempos que já lá vão, escrevi um poema dedicado aos idosos, “os sem-abrigo”, onde fiz voluntariado, distribuindo chá, café e mantas…
começava assim:
Passei por ti…
Por ti, velho inútil que mendigas
De porta em porta,
Como folha baloiçando
À gré do vento
Duma estação morta.
Passei por ti,
E com um sorriso
(Sorriso-doce-mosto)
Limpei-te as lágrimas do rosto.
Mas ninguém mais te viu!
Ninguém mais te sorriu!
Ninguém mais limpou tuas lágrimas!
Ninguém!…
Porque os outros não podem perder tempo
Não podem perder tempo contigo…
Folha morta à gré do vento
Pobre-velho, inútil-mendigo.
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Muito bom, o seu poema e atitude!
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Obrigada!
Dar calor, a quem sente tanto frio.
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