As luzes já se acenderam e a azáfama dos preparativos de Natal começou.
Nos espaços comerciais já se ensaiam maratonas de compra das prendas, objetos de decoração natalícia, tudo de acordo com as ultimas tendências, e pensam-se as indumentárias, apaziguados pela sensação de que estão a transcender o banal.
Embalados por músicas de Natal, pensam-se as ementas para os fartos repastos em que a abundância não pode faltar a mesa.
Tira-se o pó às porcelanas e cristais, sinal de uma aparente riqueza, que irá ser plasmada em fotos, espelhando uma felicidade plástica para logo ser publicado nas redes sociais.
Não pode haver assim lugar a tristezas ou vulnerabilidades, que possam “manchar” este quadro de família perfeita, camuflando o que incomoda até que se volte à sórdida rotina dos dias sem propósito, nem brilho.
Chega-se a abandonar os mais idosos, de olhar vazio, e com dependências que atrapalham, num qualquer hospital para não retirar fulgor a festa.
Compra-se o bom comportamento das crianças e compensa-se com prendas o tempo que lhes é roubado, mantendo assim uma ordem desconcertante.
As lareiras substituem o calor humano e as luzes dão o brilho que os olhares não possuem.
Não se fala de Amor nem de Solidariedade, apenas se mantém a tradição ostentando e tentando soluções “mágicas” que devolvam o espírito natalício onde ele já não mora.
Gosto do Natal… não gosto é deste Natal!
(Manuela Resendes)
Hoje em dia tudo se compra, tudo se vende. E há, por esse mundo fora, muita consciência em saldo. Tudo se materializa, incluindo o Amor…
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