Num mundo apressado, em que tudo ocorre a alta velocidade, escapam muitas vezes os detalhes…
Olho de manhã para a janela e vejo o movimento da cortina, embalada pela suave brisa de Primavera. O meu olhar fixa-se depois no horizonte de tons mornos, quando ouço um pássaro que pousou na varanda para me dedicar uma melodia.
Atravesso o vazio e contemplo a mansidão do mar, com as suas marés de sonhos e sinto-me a tocar o céu.
Olhares profundos permitem descortinar detalhes sublimes e pequenas subtilezas, revelando o avesso de sorrisos que denotam o esfumar da esperança, por falta de comparência de uma solidariedade consentida.
Percorro os meus cantos e recantos, as sombras e os reflexos, para poder atenuar as cicatrizes de desilusões e saborear as doces conquistas, com a certeza que terei sempre chão, alicerçado nas minhas raizes.
Procuro sentir o intocável, ouvir com a alma e viajar por latitudes onde possa decifrar mistérios com vista a encontrar o meu cais de paz interior, libertando-me de velhas preferências e alavancando novos ideais.
E quando a vida me desequilibra, a rede logo aparece para amparar a queda !
(Manuela Resendes)