
Gosto de me sentar num banco de jardim, rodeada de flores coloridas e sentir o pulsar de muitas vidas.
Gosto de ouvir o chilrear dos pássaros e o riso das crianças, no seu reino passageiro de inocência.
Olho os jovens enamorados, que fazem juras de amor, seladas pelo fogo da paixão, convictos da sua invencibilidade.
Mas cruzo-me também com olhares vazios, marcados por sulcos de melancolia, salpicados por resquícios de uma juventude perdida.
Devoram as horas, consumidas numa solidão que dói, numa presença quase ausente, mergulhados num mar de recordações e ilusões silenciadas.
Nāo se percebe em que ponto do caminho, ficaram entre a luz e a sombra, entre a alvorada e o crepúsculo, entre a carência e o desamparo.
Têm as mãos cheias de marcas, que a vida vai desenhando, nesta espera vagarosa que mata o tempo e a solidão.
Quero ir ao jardim, para renascer todos os dias, sentir a imortalidade da alma, perfumada pelo aroma das rosas e adormecer à sombra de uma árvore secular, num banco que me conte histórias de embalar!
(Manuela Resendes)

Lindo texto! Assim corre a vida…momentos felizes, outros nostálgicos e ainda alguns que nos levam a tentar perceber o sentido de fazermos parte deste mundo, cada vez mais egocêntrico e desprendido do verdadeiro sentido do amor!
Beijinhos e obrigada por continuar a partilhar os seus textos tão bonitos!
Margarida
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Estremeci de emoção. É um texto tão real, tão verdadeiro, tão belo…que assusta!
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Obrigada!!!
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