
A ideia de que temos tudo controlado, a falsa sensação de segurança que os bens materiais e as apólices de seguro nos dão, fazem-nos por vezes pensar que estamos a salvo das tempestades.
Mas a vida vai-nos mostrando que nada é totalmente linear, existindo inúmeros labirintos e curvas não assinaladas, recheando a nossa existência de incerteza.
Não existem fórmulas certas, cálculos matemáticos, nem cartilha, que nos indique qual o melhor caminho.
Traçamos o nosso plano, mas temos de aprender a resiliência, por forma a fazer dos tropeções uma alavanca para os recomeços.
Nāo podemos ficar presos ao passado, correndo o risco de que o futuro nos escape do nosso horizonte, hipotecando os sonhos de dias ainda em construção.
Temos que acreditar nas nossas verdades, mesmo que inventadas, na cumplicidade e conexão das almas, que nos robustecem emocionalmente e alumiam os nossos dias escuros.
A vida não se constrói com nível e fio de prumo; não podemos esperar pelo tempo ideal para realizar, pelo longínquo, é preciso ser permeável ao novo, à surpresa, e aceitar o risco, mesmo que isso por vezes faça doer a alma.
Vivo grandes alegrias e tristezas absolutas com a mesma intensidade, com as mesmas lágrimas, e sempre com uma dose inesgotável de esperança que me permite tocar o infinito!
(Manuela Resendes)
