Obrigada…

E nas voltas da vida completei mais um Outono, rodeada de carinho de tantos que quiseram estar de alguma forma presentes neste dia tão especial de um ano tão difícil e atípico.

Estes têm sido tempos desafiadores, com novos problemas, dores já conhecidas e diferentes lições, vividos com uma estranheza que nos intimida. Mas os tempos difíceis, podem também ser de oportunidade, dando espaço a vontades antigas e alcançando horizontes desconhecidos.

Nasci no dia do solstício de inverno e transporto essa luz no olhar, permitindo-me um espanto renovado a cada noite de céu estrelado, ou com a gota de orvalho em forma de lágrima sobre a pétala frágil.

Gosto do cheiro a terra molhada, a urze queimada ou do alecrim, que me despertam todos os sentidos para um regresso a infância onde me reposiciono para novos voos.

Que nunca deixe de me emocionar com a dor de alguém que sofre, para rapidamente limpar as lágrimas e ser amparo.

Que mantenha sempre a capacidade de me indignar com todo o tipo de injustiças e a vontade de lutar ao lado daqueles que vão perdendo a força ou não se conseguem fazer ouvir.

Que consiga viver apaziguada com a presença dos ausentes, sorrindo das suas histórias bonitas e honrando sempre a sua memória. E que os atropelos da vida nunca me façam perder a doçura e a capacidade de ser grata às pessoas “farol” da minha vida.

E porque a vida é uma oportunidade única, que este novo número augure um tempo para me ir reinventando neste caminha cada vez mais espiritual, ajustando o ângulo que me permita a melhor perspetiva e deixando-me transportar pelo vento para além do que já sou…

(Manuela Resendes)

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