
Por vezes não sei lidar…
Não sei lidar com a violência, com a guerra, com a morte de inocentes em nome de um qualquer credo ou de um pedaço de território.
Não sei lidar com as exploração dos pobres e desvalidos, em que tudo lhes é retirado a começar pela sua dignidade.
Não sei lidar com o abandono a pessoas vulneráveis, com a falta de empatia e solidariedade em nome de um egoísmo feroz.
Não sei lidar com o tanto que no mundo me incomoda e o tanto que sinto que me transborda.
Mas ainda assim sou sonhadora, ancorada nos valores que vou vendo desmoronar e mantendo uma inocente esperança de que pequenos contributos poderão fazer germinar necessárias mudanças.
Vou refazendo os sonhos para que sejam tangíveis, e busco na natureza a serenidade e energia para os combates fatigantes.
Não me sinto perdida, mas desencontrada por teimar em carregar comigo objetivos exigentes, seguindo o rumo traçado pela minha consciência cívica e emocional.
E vou reinventando a vida, procurando na poesia conforto para as situações dolorosas e fazendo da saudade o trampolim que dá o impulso, rumo a um futuro esperançoso. E neste voo sem asas, mas pleno de intenção, recomeço com a força de quem nunca deixou de acreditar!!!
(Manuela Resendes)

Li, há dias, uma frase que, penso, traduz tudo quanto a minha amiga refere neste seu belíssimo texto. Essa frase dizia assim:
“Éramos humanos até que a raça nos desligou. A religião nos separou. A política nos dividiu. E o dinheiro nos classificou.”
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E é mesmo isso!!!
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