
O dia está cinzento e chuvoso, num cenário a preto e branco que convida ao recolhimento e à reflexão.
Gosto destes despertares numa solidão consentida, no meu lugar de pausa, num vazio que se enche de plenitude, onde apenas escuto o meu pensamento. São portas que se abrem para tempos interiores, onde busco o essencial na sombra do acessório.
Afasto-me da aceleração do mundo, do massacre das notícias diárias e do barulho do quotidiano, para aos poucos, e de forma silenciosa, aproximar-me de mim própria.
Estes momentos exercem em mim um fascínio e permitem elevar-me a um outro patamar de conhecimento, que se revela libertador.
E é neste escutar de silêncios, que emergem das profundezas da terra, que vou encontrando “instrumentos” para lidar com os enigmas e com as evidências da vida, não permitindo que a estranheza destes tempos me roube a esperança.
Porque o desabrigo também pode fortalecer a nossa aliança com a vida…
(Manuela Resendes)

Os dias cinzentos e chuvosos exercem em mim um efeito depressivo. Refletir, faz doer…
Abraço
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